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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cronicas de Amor

O poeta e a Raposa


Vivo num ciclo, uma constante: vida, morte, reencarnação. Numa de minhas vidas minha alma se partiu, dando a origem a dois seres aparentemente distintos. É a historia dessa vida que irei lhes contar agora...
o menino urso e a raposa



Estava de um lado um eu que era uma raposa faminta e de outro um eu que era um poeta andarilho.
O poeta estava encostado numa arvore, sentado, admirando o sol poente. No seu colo havia uma lebre branca que ele acariciava com ternura. O poeta tinha os cabelos curtos e negros, grandes olhos castanhos e a boca pequena e rosada. Tinha manchas de sangue por todo seu corpo, o que acabou por atrais a raposa faminta. E La estava a raposa atrás do poeta. A raposa estava destruída dentro de si, acabara de ver sua família sendo morta pelos caçadores, correu sem rumo, sem sentido, por horas e horas até, já faminta e com as patas sangrando, chegar ao poeta com cheiro de sangue.
A raposa se aproximou um pouco, o poeta sentiu sua presença e se virou para ela. Frente a frente, a lebre no colo poeta parecia não se importar com o mundo a sua volta, como que domada pelas caricias do poeta.
O poeta pergunta:
_ Qual teu nome raposa?!
A raposa não entende como é que foi compreender o que o humano dizia, mas não responde apenas olha para a lebre, já tonta de fome.
_ Qual teu nome raposa?!
Olhos nos olhos, a raposa salivando de fome o poeta com o rosto manchado de sangue.
_ Não tenho nome, sou apenas uma raposa.
_ Não, você não é uma raposa qualquer, ou eu não falaria com você... quem é você raposa?
_ Eu que tenho de te perguntar, como um humano pode falar com raposas?
_ Raposa, me diga, o que é o amor e eu te digo como um humano pode entender uma raposa. Mas já aviso logo que não sou humano.
_ Então o que você é? Um anjo, um ser mágico da Floresta?
_ Não raposa, eu sou tudo e sou nada, sou o extremo bom e o extremo mal. Sou o sabor e o dissabor, eu sou POETA.
_ Então nobre poeta, deixe-me saciar minha fome com esta pequena Lebre que está em seu colo.
_ Não raposa, não faça isso, não devore este pequeno animal. Eu amo ele e iria sofrer ao vê-lo sendo devorado por você. Não me faça sofrer Raposa, não me faça sofrer.
_ Poeta... Tu és louco? Fala com raposas... E ama as lebres?
_ Ah, sim , ser poeta é ser louco também. Mas... não vou permitir que devore a lebre, e vejo que você esta faminta, não vai conseguir lutar comigo por ela, está fraca. Suas patas tremem, suas feridas queimam, mas posso lhe ofertar outro alimento...
_ Vais me servir a carne de teu corpo?
A raposa fica tonta e cai, deitada, focinho no chão vê a lebre sumindo aos saltos numa moita. Escuta um barulho e logo vê uma enorme serpente passar com a lebre entre suas presas. Volta seus olhos para o poeta, ele ergue as mãos , colhe um figo na arvore e estendendo as mãos leva-o próximo a boca da raposa.
_ Coma estes figos, eles vão te manter viva, não são figos comuns, vão ter o gosto que você preferir.
E a raposa comeu aqueles figos, que para ela tinha o gosto da carne do poeta, logo adormecera exausta. No dia seguinte a raposa acorda atônita




(...) continuará...


texto de Augusto Junior de Oliveira
imagem de Diego fagundes (fonte da imagem : http://www.deusdachuva.com.br/diego/ilustracoes/2008/ )

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