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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O caso do nobre poeta vagabundo:

Entra no ônibus um homem de idade acima dos quarenta de aparência não muito boa a principio trajado de pobreza. Paga a passagem com um vale transporte que eu faço questão de conferir se não passou da validade. Atitude até então preconceituoso e de baixo valor moral. Confiro o vale e coloco no bolso. Depois de certo tempo ele puxa conversa no assunto do tempo das viagens em vista do transito estar lento. Logo pede desculpas por estar conversando comigo, como se estivesse me incomodando. Eu finjo que não ouço as desculpas, me debruço sobre a poltrona e puxo mais e mais assuntos com o homem. Eis que me deparo com a dura realidade, logo me senti pequeno como um Grão de areia, o homem trajado de pobreza se tratava de um nobre poeta de rua, um poeta da vida, com o coração cravado de historias emocionantes. O homem tinha poesia na veia e eu me achava o poeta, pois é como minha sabedoria ficou pequena perto dele. Ele comparou andar de ônibus como andar entre quatro paredes; preso. Por deus ele chamou apartamento de departamento, mas isso foi uma das coisas mais inteligentes que eu ouvi na minha vida.na nossa conversa cheia de poesias e versos nobres ele me contou que a muitas semanas ninguém conversava com ele, ao mesmo tempo que me vi como simples por conversar com ele, um ato quase nobre. Senti-me pequeno por julgá-lo quando entrou no ônibus, em vista do que ele mesmo me disse, quanto tempo perdemos sem conversar até que se iniciasse nosso dialogo fervoroso. E meu grão ego, deixou de ser nobre e se tornou vassalo. Eu um pobre poeta pude contemplar o mais nobre mestre, o filho das ruas marcado pela vida, com o corpo emerso em sabedoria e a alma divina. Dei parabéns a ele e ele retribuiu o mesmo, depois deis umas de minhas poesias pra ele levar. 
Isso aconteceu quando eu trabalhava em coletivo. foi uma coisa incrível mesmo, nunca vou esquecer dessa lição e desse personagem, isso marcou muito minha vida.

Texto de Augusto Junior de Oliveira

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